O rosto enrugado, sem dó nem piedade, pelo sol. Dois ou três dentes no sorriso aberto e franco.
Passam ali poucos forasteiros. As pedras da calçada reconhecem apenas os velhos que, teimosamente, resistem às agruras da serra, e os passos compassados das galinhas e cabras que se pavoneiam por esses mesmos caminhos, indiferentes às rotinas diárias.
O tempo tem ali outra dimensão. Dura mais, custa a passar… porque passa lentamente, sem pressas, sem atrasos, sem que ninguém se dê conta.
-Já não faço os campos…
Espera apenas que o tempo passe, enquanto mostra, orgulhosa, o altar enfeitado para a procissão que volta a sair hoje.
- A festa foi no Domingo.
(A uma ilustre habitante do lugar da Lomba, Arouca)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigada por enriqueceres o meu petisco com as tuas deliciosas palavras...
Se, por qualquer motivo técnico, não conseguires publicar aqui o teu comentário, envia-o para petiscosdeletras@gmail.com