sexta-feira, 6 de julho de 2012

Perdidos na metrópole

Aviso: Este petisco é potencialmente indigesto. No entanto, se soubermos tirar dele o devido ensinamento, poderá funcionar como uma espécie de óleo de fígado de bacalhau: sabe mal, mas faz bem.

Ontem descobri que, nos tempos de crise que correm, tenho a sorte de poder poupar dinheiro num bem essencial.
Em Tóquio, nessa grande e evoluída metrópole de quase treze milhões de habitantes, alugam-se “amigos”! Para tomar um copo num bar, ao final da tarde, mostrando aos colegas de trabalho que se é popular, para engrossar a lista de convidados para a boda, para conversar, …
Alugar um “amigo” é mais triste que estar só! A solidão pode ser uma forma de autoconhecimento, de aproximação do “ser”.
Alugar um “amigo” é uma manifestação do “ter”; o dinheiro tudo pode; a aparência tudo vale.
O real desvanece-se perante o virtual, e o “Homem” perde-se irremediavelmente de si mesmo, ali, no meio da grande metrópole.

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