terça-feira, 9 de outubro de 2012

Vivalma

O ataúde foi colocado no comprido carro negro e, sobre ele, as palmas e coroas de belas flores de tons suaves que haviam levado alguma vida ao velório.
- Belas flores! – pensou Adosinda, ao ver passar o carro. – O meu não vai ser assim… O dinheiro mal chega para o caixão! Ah, o dinheiro compra tudo…
Tão absorta estava que nem se deu conta de que ninguém acompanhava aquele opulento adeus.
Malaquias morrera só, tal como vivera; uma vida baseada na ânsia de fazer fortuna.
Alcançara o seu sonho; e levava flores… sim, levava, tal como deixara escrito, mas nada mais levava: nem o dinheiro, nem as memórias felizes de uma vida partilhada…

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